No luto, há o que se sente e há o que se esperaria sentir. Entre esses dois espaços, há um abismo. E é ali que muitas pessoas se veem: tentando atravessar a distância entre a dor que pulsa no peito e o modo como acreditam que deveriam vivê-la.
O que aprendemos sobre o luto nos chega antes mesmo da experiência. Regras não ditas, ideias sobre força, sobre tempo, sobre seguir adiante. E quando a perda nos alcança, percebemos que a experiência real nem sempre cabe nessas molduras. Há dias em que a ausência pesa de um jeito que não se explica, e há outros em que o riso escapa, trazendo consigo uma pontada de culpa. Há momentos em que o silêncio é refúgio e outros em que ele parece insuportável.
O processo de luto, na psicoterapia experiencial, convida a um encontro verdadeiro com essa vivência — não como deveria ser, mas como realmente é. Com espaço para sentir, para nomear o que emerge e reconhecer a sabedoria que o corpo traz. Porque, antes de qualquer caminho, há a experiência, e é a partir dela que se pode, aos poucos, caminhar.
Com carinho,
Delaine
Psicóloga Clínica