*Por Mariana Zanatta
O luto é um processo universal, que todos nós vamos passar em algum momento da nossa vida, mais de uma vez. Mas também é um processo individual e singular porque cada vínculo é único. Ele também envolve características culturais, espirituais e contextuais de cada enlutado.
Podemos dizer que o luto é uma reação esperada após o rompimento de algum vínculo. Esse é um processo mais conhecido por um rompimento de vínculo através da morte, mas esse vínculo também pode ser: separação, aposentadoria, formatura, etc. Após esse rompimento, o luto se torna um processo adaptativo necessário, já que a vida não volta a ser o que era antes dele.
Não temos como apagar a perda e a vida precisa ser reconstruída, interna e externamente, encontrando um espaço para aquela perda… Porque a perda agora faz parte da vida. E com o tempo precisamos ir encontrando um lugar para a perda na nossa vida ao mesmo tempo em que seguimos com ela.
Alguns lutos podem ser vividos sem a intervenção profissional, mas é nesse momento de adaptação e reconstrução que a terapia pode trazer benefícios. Um motivo comum na busca de ajuda profissional envolve a percepção de reorganizar a vida após a perda. Pessoas que podem se beneficiar de ajuda especializada durante o processo de luto, podem estar apresentando dificuldades para:
- expressar a dor
- dar espaço para os sentimentos que surgem
- assumir novos papéis
Se estiver sendo difícil passar por essa adaptação, é possível contar com ajuda especializada, mas isso não quer dizer que na terapia do luto só será falado sobre a perda.
O processo de luto é um movimento. Esse movimento oscila entre momentos mais voltados para a perda e outros mais orientados para a reestruturação da vida. A terapia irá acompanhar e favorecer esse movimento, então não é necessário falar sobre a perda em todas as sessões.
No processo de luto, o espaço da terapia não é para a perda, mas sim para o cliente que está vivendo um processo de luto.