Diante da perda, algo em nós tenta silenciar a dor, como se sentir fosse perigoso, como se sofrer significasse estar falhando. Mas o luto não é um erro, ele é uma travessia inevitável quando alguém que amamos parte.
A dor do luto é legítima. Ela nasce do vínculo que existiu, do amor que foi vivido, da ausência que agora pesa no corpo e na alma. Ainda assim, o mundo parece apressado em nos dizer que é preciso seguir em frente, que existe um tempo certo para voltar a ser como antes. Mas como ser “como antes”, quando tudo ao redor já não é o mesmo?
O luto pede tempo. Pede espaço. Pede que sejamos pacientes com aquilo que ainda não entendemos. E, sobretudo, pede permissão para ser dito, e também sentido. Porque nomear o que dói não aumenta a dor—humaniza. Transforma o peso do silêncio em possibilidade de encontro, de cuidado, de ressignificação.
Então, talvez a pergunta não seja como parar de sentir, mas como permitir que o sentir encontre seu lugar. Aos poucos, ao honrarmos nossa própria dor, seguimos caminhando — não para deixá-la para trás, mas para integrá-la à história que continua.
Se, em algum momento, sentir que precisa de um espaço seguro para cuidar do seu luto, buscar ajuda profissional pode ser um caminho de acolhimento e suporte. Você não precisa atravessar essa jornada sozinho.
Com carinho,
Delaine
Psicóloga Clínica